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Luciano Eifler: Wearables e a sustentabilidade do sistema de saúde suplementar

Speaker do IV Médicos S.A – Fórum & Expo, o cirurgião geral Luciano Eifler explica para que servem os Wearables, como eles monitoram os sinais vitais, seu potencial para gestão de doenças crônicas e o impacto financeiro que isto representará para administradores de carteiras e planos de saúde

Por Luciano Eifler

Sou um Early Adopter por natureza e gosto de testar todos gadgets assim que são lançados no mercado (as vezes até antes de estarem disponíveis nas lojas). Assim foi com o Apple Watch, aliás tenho todos produtos Apple em várias versões. Mas dessa vez o Apple Watch está descansando na cabeceira da minha cama como um rádio-relógio… Calma, já vou explicar.

Em recente viagem a Miami fui na Best Buy ver o que havia de novo em eletrônicos. Me deparei com um setor só de relógios inteligentes situados mais precisamente na categoria de Wearables. Mas afinal o que são Wearables? Wearable é a palavra que resume o conceito das chamadas “tecnologias vestíveis”, que consistem em dispositivos que podem ser utilizados pelos usuários como peças do vestuário. Utilizam sensores em contato com seu corpo e medem sua temperatura, frequência cardíaca, pressão, movimento (acelerômetro), oxigenação, taxa de glicose e até a bioquímica do seu suor!

Relógios inteligentes podem medir sinais vitais de maneira contínua e enviar toda essa informação para a “Nuvem” gerando um Big Data de você mesmo! Informações preciosas e relevantes de seus hábitos, atividades, fisiologia e de sua própria saúde, passam a ser de seu conhecimento. Acompanhando esses números, entramos em um outro conceito que você já deve ter ouvido falar: “Empoderamento do Paciente”. Considere um portador de doença crônica com hipertensão, diabetes ou cardiopatia isquêmica. Informações como frequência cardíaca, atividade física, gasto calórico diário e até qualidade do sono agora podem ser conhecidas, acompanhadas e monitoradas pelo próprio paciente, tornando você “médico de si mesmo“. Afinal de contas quem é mais interessado em sua saúde? Você mesmo ou o seu médico?

Agora vamos avançar um pouco mais e chegar na parte da sustentabilidade dos planos de saúde. Você já sabe o que é um Wearable, o que eles podem fazer e como tem poder de mudar sua rotina e seus hábitos, Agora você está empoderado, conhecedor dos seus números, passou a se cuidar mais, entender melhor sua fisiologia (está virando médico de você mesmo), controla melhor sua doença crônica e pode evitar reinternações. Diminuindo agudização de sua doença você fica longe do hospital, compensado, saudável, poupa sofrimento, sua família fica feliz e seu plano de saúde vai gastar menos com você. Vamos pra outro conceito? Então lá vai: Agora ao invés de tratar a doença, estamos promovendo a saúde. Olha que mudança de Mindset!! Parece fazer mais sentido, mais inteligente e econômico. Isto já acontece em algumas locais do planeta. Seu plano de saúde lhe fornece alguns Wearables, você usa, adere ao programa de gestão de crônicos, se mantém na linha, reduz custos e ainda recebe um bom desconto na mensalidade por se manter mais saudável.

Tem mais coisas que os Wearables podem fazer. Utilizando algoritmos de Inteligência Artificial, associado com o acelerômetro, detectam padrões anormais de movimento e podem prever quedas em idosos. Olha aí a tecnologia economizando dinheiro e sofrimento em uma internação por fratura de colo de fêmur.

Mas vamos voltar a Miami na loja da Best Buy que vou contar minha experiência com o FitBit Charge 3. Esse foi o relógio que escolhi naquela bancada cheia de ofertas. Era lançamento!! Acho que já falei aqui sobre ser Early Adopter ...

O diferencial que levou meu Apple Watch a sair do meu pulso e ir para a cabeceira da cama é simplesmente um argumento que vai desarmar até os mais Applemaníacos. Que me desculpe o Tim Cook mas com o Fitbit dou uma carga de 40 minutos a cada 7 dias. Isso mesmo, sete dias, não escrevi errado. Dessa maneira realmente estou vestindo sempre o relógio o que me permite dormir e acordar com ele e medir outro parâmetro importante na saúde que até então nem prestava atenção. A quantidade e a qualidade do sono. O Relógio registra de forma automática a hora que você vai dormir e a hora que você acorda e ainda mede a qualidade do sono utilizando sua frequência cardíaca e padrões de movimento, estratificando sono profundo de sono leve e fase REM (Rapid Eye Moviments). Uma espécie de Polissonografia. Passei a observar estes parâmetros e estou me disciplinando para ter mais tempo de sono pois me dei conta que estava dormindo muito pouco, bem abaixo do considerado saudável e fisiológico.

Outra funcionalidade é o registro contínuo e automático da atividade física, O Wearable“anota” quantas horas você se manteve parado ou em movimento. Se você começa a correr, o relógio detecta e passa a registrar seu treino categorizando como corrida, caminhada ou outros esportes como natação. Tudo acompanhado de métricas, médias, melhores tempos e sua frequência cardíaca durante toda atividade física. É como um teste Ergométrico! Um verdadeiro Holter. Os dados são informados diretamente na tela do relógio ou aparecem na forma de Dashboards na tela do seu celular.

Eu acredito na tecnologia como uma ferramenta inteligente para reduzir custos, transformar e melhorar a saúde das pessoas. É o que aconteceu comigo. Mudei meus hábitos, estou dormindo um pouco mais, me alimentando melhor, fazendo atividade física com mais frequência, mantendo meu peso ideal e uma função cardíaca excelente. Dessa maneira devo me manter longe do hospital (como paciente) e meu plano de saúde vai economizar um bom dinheiro comigo.



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